O segundo volume abre com o prefácio de Raya Zonana, que aborda o delírio e a posição social da mulher como ente desejado e desejante em suas representações poéticas e psicanalíticas, aspecto presente nas duas novelas que compõem o livro: “Gradiva”, de Wilhelm Jensen e “A Vênus de Ille”, de Prosper Mérimée. Em “Gradiva”, o jovem arqueólogo Dr. Norbert Hanold admira um baixo-relevo representando uma mulher em seu caminhar (um dos possíveis significados de “Gradiva”, em latim, é “aquela que caminha”). O estilo espirituoso de Gradiva, tão delirante quanto o conto “Arria Marcella” de Gautier, muito interessou Freud, que escreveu o marcante ensaio “Sonho e delírio na Gradiva de Jensen”, em 1903. Por fim, o segundo volume se encerra com a novela “A Vênus de Ille”. O ponto de partida se assemelha ao da história anterior: um professor de arqueologia descobre uma estátua de Vênus em bronze no Sul da França. Segundo a crendice popular, a estátua é má e seus olhos reluzem diabolicamente de vermel
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