O Ser e o Nada (1943), escrito durante a ocupação nazi, é um dos textos fundamentais do século XX. O livro que marcou como nenhum outro uma época a braços com o desmoronamento de uma civilização é ao mesmo tempo a bíblia do existencialismo e o último grande sistema filosófico. Para Sartre, o sentido das nossas vidas não é predeterminado nem por Deus nem pela natureza, não há nenhuma essência que preceda a existência: o que nos define não é dado a priori, mas decorre das escolhas que fizermos. Primeiro existimos, e só depois nos definimos. Não existe natureza humana à qual tenhamos irresistivelmente de obedecer: estamos condenados a ser livres e somos os únicos responsáveis pelos nossos destinos. No âmago destas posições, está a conceção sartriana de consciência, influenciada pela fenomenologia de Husserl e pela ontologia de Heidegger. Como a consciência é sempre consciência de alguma coisa, ela própria não é nada enquanto não visa algo fora de si.
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